Navegação 🗺🧭
É a ciência e a arte que permite encontrar a posição da embarcação no mar, e o modo de
conduzir esta embarcação com racionalidade, economia e segurança de um ponto para outro da superfície terrestre.
Tipos de Navegação
Navegação Oceânica:
É a navegação em alto-mar, normalmente praticada a mais de 50 milhas da costa.
Navegação Costeira:
É a navegação praticada próximo à costa, entre 3 a 50 milhas da costa.
Navegação em áreas restritas:
É a navegação que se pratica em portos ou suas proximidades, em barras, baías, proximidades de perigos ou quaisquer outra situações em que a manobra do navio é limitada, praticada em distâncias menores que 3 milhas da costa ou do perigo mais próximo.
Métodos de Navegação:
Navegação Astronômica:
É o método em que o navegante determina sua posição através de observações das alturas dos astros.
Geonavegação ou Navegação Costeira (Visual):
Método em que o navegante determina sua posição através de observações visuais (marcações, alinhamentos, ângulos horizontais ou verticais) de pontos de terra corretamente identificados e de auxílios à navegação de posições determinadas.
Navegação Eletrônica:
Método em que o navegante determina sua posição através de informações eletrônicas (obtidas de radar, radiogoniômetro, gps).
Navegação Estimada
É o método aproximado de navegação, através do qual o navegante executa a previsão da posição futura do navio (ou embarcação), partindo de uma posição conhecida e obtendo a nova posição utilizando o rumo, a velocidade e o intervalo de tempo entre as posições.
Principais linhas, pontos e planos do Globo
Polos:
São pontos em que o eixo intercepta a superfície terrestre.
Plano Equatorial:
É o plano perpendicular ao eixo de rotação da terra e que contém seu centro.
Equador da Terra:
É o círculo máximo resultante da intersecção do plano equatorial com a superfície terrestre. Ele divide a terra em dois hemisférios, norte e sul.
Círculo Máximo:
É a linha que resulta da intersecção com a superfície terrestre de um plano que contenha o centro da Terra.
Círculo Menor:
É a linha que resulta da intersecção com a superfície terrestre de um plano que não contenha o centro da terra.
Paralelos:
São círculos menores paralelos ao equador e, portanto, perpendiculares ao eixo da terra.
Meridianos:
São os círculos máximos que contém os polos da Terra. Os meridianos marcam a direção norte sul.
Milha Náutica:
É o comprimento do arco de meridiano que subtende um ângulo de 1 minuto no centro da Terra, ou seja, pode-se definir a milha náutica como sendo o comprimento do arco de 1 minuto de Latitude. A milha náutica vale 1852 metros.
Posição na Terra
Latitude de um Lugar (φ):
É o arco de meridiano compreendido entre o Equador e o paralelo do lugar. Conta-se de 0º a 90º para Norte e para Sul do Equador.
Longitude de um Lugar (λ):
É o arco do Equador, ou o ângulo no Polo, compreendido entre o meridiano de Greenwich e o meridiano do Lugar. Conta-se de 0º a 180º, para leste ou para oeste de Greenwich.
Ortodromia e Loxodromia
Ortodromia:
É qualquer segmento de um círculo máximo da esfera terrestre. É, assim, a menor distância entre dois pontos na superfície da terra.
Loxodromia:
É a linha que intercepta os vários meridianos segundo um ângulo constante.
Cartas Náuticas
Mapa:
É a representação do globo terrestre, ou de trechos da sua superfície, sobre um plano, sem caráter técnico ou científico especializado.
Carta:
É uma representação da superfície terrestre sobre um plano, mas ela foi especialmente traçada para ser usada em navegação ou outra atividade técnica ou científica, servindo não somente para ser examinada, mas, principalmente para que se trabalhe sobre ela na resolução de problemas gráficos, traçados de derrotas ou em determinação de posições.
Projeção de Mercator (1569):
É classificada como uma projeção cilíndrica equatorial conforme;
• Cilíndrica, pois a superfície de projeção é um cilindro, isto é, a superfície da terra é projetada em um cilindro.
• Equatorial pois o cilindro é tangente à superfície da terra na linha do equador
• Conforme pois os ângulos são representados sem deformação. Por isto, as formas das pequenas areas se mantêm, sendo assim, a projeção também é denominada ortomorfa.
Vantagens da Projeção de Mercator:
• Os meridianos são representados por linhas retas;
• Os paralelos e o Equador são representados por um segundo sistema de linhas retas, perpendicular à família de linhas que representam os meridianos;
• É fácil identificar os pontos cardeais numa carta de Mercator;
• É fácil plotar um ponto numa carta de Mercator conhecendo-se suas coordenadas geográficas;
• É fácil determinar as coordenadas de qualquer ponto representado numa carta de Mercator;
• Os ângulos medidos na superfície terrestre são representados por ângulos idênticos na carta, assim, direções pode ser medidas diretamente na carta;
• As linhas de rumo ou Loxodromia são representadas por linhas retas;
• Existência de tábuas para o traçado do reticulado.
Desvantagens:
• Deformação excessiva nas altas Latitudes;
• Impossibilidade de representação dos polos; e
• Círculos máximos, exceto o equador e os meridianos, não são representados por linhas retas.
Principais Elementos de uma Carta Náutica
Reticulado:
É o conjunto de meridianos e paralelos.
Escala:
Escala natural é a escala de latitudes em um determinado paralelo, normalmente, o paralelo médio da área abrangida. É definida como a relação entre um valor gráfico, na carta, e um valor real correspondente, na superfície da terra.
Correção de Cartas a Bordo:
Ao usar uma carta recém- adquirida, o navegante deve verificar se não há nenhum Aviso Permanente que a tenha alterado, após o último Aviso nela registrado, e deve anotar todos os Avisos-Rádios, Temporários e Preliminares que a afetam e continuam em vigor, de acordo com o último Folheto Quinzenal de Avisos aos Navegantes.
Cartas Eletrônicas:
Uma Carta Digital de Navegação é qualquer carta digitalizada com o objetivo de ser apresentada num sistema de navegação em ambiente computacional, podendo ser do tipo raster ou vetorial.
Carta Raster:
As informações contidas na carta raster são apresentadas em uma imagem tipo BTIMAP, idêntica à carta em papel.
Carta Vetorial:
As informações contidas na carta vetorial são organizadas em camadas, permitindo seleção, analise e apresentação de elementos de uma forma customizada ou automática, havendo interação do navio com cada um de seus elementos.
Agulhas Náuticas
Agulha Magnética:
É constituída por um conjunto de ímãs que são fixados no lado inferior da rosa, alinhado com seu eixo Norte-Sul. A cuba é montada, com suspensão cardam, em um pedestal chamado bitácula. A cuba é feita em material amagnético e nela está gravada a linha de fé (referência para rumos), que deve ser rigorosamente alinhada coma linha proa-popa (eixo longitudinal do navio). Ela aponta para o norte magnético podendo apresentar desvio.
Vantagens:
• Opera sem precisar de energia;
• Requer pouca manutenção;
• É um equipamento robusto, que não sofre avarias com facilidade; e
• Seu custo é relativamente baixo.
Limitações:
• A agulha magnética busca o Norte Magnético, em lugar do Norte verdadeiro;
• É afetada por material magnético ou equipamentos elétricos;
• Não é tão precisa e fácil de usar como uma agulha giroscópica;
• Suas informações não podem ser transmitidas com facilidade para outros sistemas;
• Uma agulha ,magnética é mais afetada por altas latitudes que uma agulha giroscópica.
Acessórios das Agulhas Magnéticas
Lente de Governo:
Para facilitar a leitura de rumos, pode-se adaptar sobre a rosa circular uma lente de governo, que amplia o setor da rosa nas proximidades da linha de fé, tornando mais fácil e cômodo ler e seguir um determinado rumo.
Alidade de Pínulas:
É colocada sobre a rosa circular, livre de girar em torno do centro da agulha. O equipamento possui um orifício de visada, que pode ser inclinado ou verticalizado girando-se a placa e uma mira com retículo.
Agulha Giroscópica
É um giroscópio busca meridiano, cujo eixo de rotação permanece alinhado com os meridianos terrestres e que é capaz de oscilar em torno de seu eixo vertical e de medir o ângulo entre a proa do navio e o eixo de rotação do giroscópio, isto é, o rumo verdadeiro do navio.
vantagens:
• Aponta na direção do norte verdadeiro;
• Permite maior precisão de governo;
• Pode ser usada em latitudes mais altas;
• Não é afetada pela presença de material magnético ou equipamentos elétricos;
• Facilidade na transmissão de dados.
Limitações:
• Precisa de energia elétrica;
• Está sujeita a avarias próprias de equipamentos complexos e requer uma manutenção adequada.
Posição no Mar, Rumos, Marcações e Direções
Pontos Cardeais:
E: Leste;
N: Norte;
O: Oeste;
S: Sul;
Pontos Colaterais:
NE: Nordeste;
NO: Noroeste;
SE: Sudeste;
SO: Sudoeste;
Pontos Subcolaterais:
NNE: Nor-Nordeste;
ENE: Les-Nordeste;
ESE: Les-Sudeste;
SSE: Su-Sudeste;
SSO: Su-Sudoeste;
OSO: Oes-Sudoeste;
ONO: Oes-Noroeste;
NNO: Nor-Noroeste.
Rumos:
É o ângulo horizontal entre uma direção de referência e a direção para a qual aponta a proa do navio ou, o que é o mesmo, o ângulo horizontal entre uma direção de referência e a proa do navio.
Marcação:
É o ângulo horizontal entre a linha que une o navio a um outro objeto e uma determinada direção de referência, medido a partir da direção de referência. (Marcação é uma linha de posição).
Marcação Verdadeira (Mv):
É o ângulo horizontal entre o norte verdadeiro e a linha que une o navio ao objeto marcado.
Marcação Magnética (Mmg):
É o ângulo horizontal entre o norte magnético e a linha que une o navio ao objeto marcado.
Marcação da agulha (Mag):
É o ângulo horizontal entre o norte da agulha e a linha que une o navio ao objeto marcado.
Quando a direção de referência é a proa do navio, a marcação pode ser denominada relativa ou polar.
Marcação Relativa (Mr):
É o ângulo horizontal entre a proa e a linha que une o navio ao objeto marcado.
(Mv=Mr+R).
Marcação Polar (Mp):
É medida a partir da proa para boreste ou para bombordo, de 000º A 180º. Recebe sempre uma designação (BE ou BB).
Técnicas de Navegação Costeira
Derrota:
É o caminho percorrido pelo navio, desde o ponto de partida até o ponto de chegada podendo ser simples ou composta.
Singradura:
É a distância navegada na derrota.
Linhas de Posição (LDP):
Chama-se linha de posição (LDP) ao lugar geométrico de todas as posições que o navio pode ocupar, tendo efetuado uma certa observação, em um determinado instante.
Retas de Marcação:
São direções lineares de um só alvo, obtidas visualmente ou por meio de navegação eletrônica.
Retas de Alinhamento:
É a LDP de maior precisão e não necessita de qualquer instrumento para ser obtida, sendo determinada por observação visual direta.
Retas de Altura;
Circunferência de igual Distância:
Traça-se na carta a distância com o compasso, com o centro no objeto para o qual se determinou a distância.
Circunferência do segmento capaz:
Observando-se com o sextante o ângulo horizontal entre dois pontos M e F, fica definida uma LDP que é o lugar geométrico dos pontos que observam o segmento MF segundo o ângulo. Tal LDP é o segmento capaz desse ângulo.
Linhas de igual profundidade (Isobatimétricas):
Quando uma profundidade a bordo é determinada, fica definida uma linha de posição, podendo- se afirmar que o navio estará em algum ponto da isobatimétrica (linha de igual profundidade) correspondente à profundidade obtida.
Hipérboles de posição (LDP eletrônica).
GPS:
Sistema de navegação por satélite GPS (“Global Positioning System”) que, especialmente na sua forma diferencial (DGPS), pode proporcionar a precisão requerida até mesmo para navegação em águas restritas.
Sextante:
Fundamentalmente concebido para determinar a altura angular dos astros, o sextante permite, também, calcular a distância a um objeto de altitude conhecida, situado aquém do horizonte.
Sinalização Náutica e Balizamento
Sinais de auxílio à navegação
Visuais:
São aqueles destinados a possibilitar a orientação ou o posicionamento do navegante, ou a transmitir-lhe determinada informação, por sua forma, cor e/ou luz emitida. Podem ser luminosos ou cegos.
Sonoros:
São dotados de equipamentos acústicos (apito, sino, gongo, sirene) e destinam-se a orientar o navegante mediante a emissão de sons especiais, em situações de visibilidade restrita.
Os sistemas rádio-elétricos ou eletrônicos:
Denominados auxílios-rádio à navegação, destinam-se a possibilitar a orientação ou o posicionamento do navio mediante o emprego de ondas de rádio.
Combinados:
São os que reúnem duas ou mais das modalidades acima.
Especiais:
Sao amarelos e não se destinam a orientar a navegação, são sinais para indicar uma área
característica, cuja natureza pode ser verificada consultando uma carta da área, outro documento ou publicação náutica. Podem levar uma marca em forma de X na cor amarela.
Balizamento:
É o conjunto de sinais fixos e flutuantes, cegos e luminosos, que demarcam os canais de acesso, áreas de manobra, bacias de evolução e águas seguras indicam os perigos à navegação.
Sistema IALA A e B:
Nas Américas (do Norte, Central e Sul) e no Japão e Filipinas, o balizamento adotado é a IALA B.
IALA, que em Inglês quer dizer “International Association of Lighthouse Authorities”, pode ser dividido em “IALA A” e “IALA B”.
IALA B:
Sinais laterais são geralmente utilizados para os canais bem definidos. Estes sinais indicam os lados de boreste e bombordo do caminho a seguir.
Lateral encarnada - BE
Lateral verde - BB
Sinal de canal preferencial:
Canal preferencial a BB desta Boia.
Canal preferencial a BE desta Boia.
Sinais Cardinais:
Sao quatro sinais que indicam onde há águas mais profundas e seguras em relação aos quatro pontos cardeais.
Sinal de Perigo Isolado:
Indica perigos isolados, de tamanho limitado, que devem ser entendidos como aqueles em torno dos quais as águas são seguras.
Sinal de Perigo Isolado
Sinal de Águas Seguras:
Indicam que em torno de tais sinais as águas são seguras.
Sinais de águas seguras.
Características
É a aparência pela qual as luzes são identificadas.
Luz Fixa:
Luz exibindo-se contínua e uniformemente.
Luz Rítmica:
Luz exibindo-se intermitentemente, com uma periodicidade regular.
Luz Alternada:
Luz exibindo-se em diferentes cores, alternadamente.
